sábado, 27 de abril de 2013

A coragem excepcional do fotógrafo Fabio Bucciarelli.


O fotógrafo freelancer Fabio Bucciarelli da agência AFP ganhou a prestigiada Medalha de Ouro Robert Capa por uma série de impressionantes fotografias da guerra civil na Síria. A série intitulada Batalha da Morte retrata os duros combates na cidade de Alepo durante o Outono de 2012.
O prémio norte-americano é dado “a reportagens fotográficas no estrangeiro que requeiram uma coragem e uma logística excepcionais” e é atribuído pelo Overseas Press Club of America.
O prémio homenageia Robert Capa, o fotógrafo norte-americano de origem húngara e um dos mais célebres fotógrafos de guerra e fundador da agência Magnum.
As fotos, feitas durante a Batalha de Alepo, “colocam-nos ‘no momento’ e têm um sentimento palpável de urgência”, sublinhou o clube, que atribuiu o prémio esta semana. “Há uma consistência  neste portfólio que ajuda o espectador a identificar-se com as pessoas e os perigos que correm”, lê-se no site do Overseas Press Club of America, que sublinha como a Síria tem sido um dos locais mais mortíferos para os jornalista.
O prémio vem juntar-se às várias distinções que a AFP tem recebido nas últimas semanas: a Síria valeu também a Javier Manzano o Pulitzer na categoria “magazine”. Bucciarelli já tinha ganho o segundo prémio da World Press Photo na categoria de notícia, com a mesma série de Alepo.
O fotógrafo italiano disse à AFP que estava muito contente com o prémio que “vai de novo atrair a atenção sobre o que se passa na Síria”. “E as pessoas não poderão dizer mais ‘eu não sei o que se passa lá’”. (Jornal Público - 27.04.2013) 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Somos Livros.


Para assinalar o mês dos livros e o Dia Mundial do Livro, a Bertrand lançou uma edição especial da revista de distribuição gratuita Somos Livros. O novo número terá na capa uma ilustração da autoria de André Carrilho.
 A partir de sábado e até dia 28, domingo, as livrarias Bertrand sairão à rua, marcando presença no Chiado, na Avenida de Roma e Monumental, no âmbito da semana dos livros e leitores e da iniciativa Ler em Todo o Lado, da APEL.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Fantasporto recorre a despedimento colectivo para evitar fim.


Director admite que pode ser o "pré-fim" do festival. Mulher de Dorminsky é uma das duas assalariadas que ficam na cooperativa.
A direcção da Cooperativa Cinema Novo, responsável pelo festival de cinema Fantasporto, avançou para um despedimento colectivo na tentativa de conseguir “um mínimo de equilíbrio financeiro que permita a continuação da sua actividade”.
Mário Dorminsky, da direcção, confirmou ao PÚBLICO o pré-aviso datado de 20 de Março, adiantando que as cartas aos seis trabalhadores afectados foram enviadas na segunda-feira. “Pode ser um pré-fim do Fantasporto mas fizemos isto para evitar o pior, uma insolvência”, refere, desolado.
O futuro do Fantasporto será jogado nos próximos meses. Depende agora (mais do que nunca) de subsídios do Estado, de patrocínios e pode ainda passar pela venda ou hipoteca de bens pertencentes à cooperativa. “Temos o fabuloso prédio do ex-Cinema Jardim, na rua da Constituição, no Porto, à venda por 430 mil euros mas não o conseguimos vender”, exemplifica, ao mesmo tempo que assegura o “pagamento de todas as dívidas a credores”.
Para já, a Cinema Novo contraiu um empréstimo para pagar as indemnizações às pessoas despedidas. Para que a próxima edição do Fantasporto se realize é também imprescindível o apoio do Estado que Dorminsky espera que seja assegurado “pelo menos, nos valores atribuídos em 2012”, mantendo os 100 mil euros do Instituto do Cinema e do Audiovisual. É preciso mais, reconhece. “Temos feito contactos regulares com a secretaria de Estado da Cultura, ainda hoje enviámos mais uma carta, e defendemos que o Fantasporto deve ser considerado um evento de interesse público. Para a próxima edição até já temos um programa suportado pelos 75 anos do Feiticeiro de Oz e com uma especial ligação à música. Concorremos ao ICA e a concursos da União Europeia. Já contactámos mais de 500 empresas à procura de patrocínios. Já fiz coisas que nunca pensei fazer colocando-me numa posição em que estive quase a mendigar apoios a amigos”, para rematar: “Espero algum milagre”.
A “dolorosa decisão” era inevitável. “Conseguimos aguentar o último ano a lutar pelo equilíbrio”, diz, lembrando que em Março de 2012 chegou a ser proposto em assembleia geral uma redução de 50% dos salários mas que acabou por ser chumbada. Para uma imagem rápida da situação financeira, resume: “Há cinco anos tínhamos um encaixe de um milhão de euros e despesas de 200 mil euros com salários, em 2012 tivemos um encaixe de 300 mil euros e os mesmos 200 mil. Era impossível continuar assim”.

domingo, 7 de abril de 2013

Este domingo comemora-se os 120 anos do nascimento de Almada Negreiros.


  1. José Sobral de Almada Negreiros GOSE (TrindadeSão Tomé e Príncipe7 de Abril de 1893 — Lisboa15 de Junho de 1970) foi um artista multidisciplinarportuguês que se dedicou fundamentalmente às artes plásticas (desenhopintura, etc.) e à escrita (romancepoesiaensaiodramaturgia), ocupando uma posição central na primeira geração de modernistas portugueses.
  2. Almada Negreiros é uma figura ímpar no panorama artístico português do século XX. Essencialmente autodidata (não frequentou qualquer escola de ensino artístico), a sua precocidade levou-o a dedicar-se desde muito jovem ao desenho de humor. Mas a notoriedade que adquiriu no início de carreira prende-se acima de tudo com a escrita, interventiva ou literária. Almada teve um papel particularmente ativo na primeira vanguarda modernista, com importante contribuição para a dinâmica do grupo ligado à Revista Orpheu, sendo a sua ação determinante para que essa publicação não se restringisse à área das letras. Aguerrido, polémico, assumiu um papel central na dinâmica do futurismo em Portugal: "Se à introversão de Fernando Pessoa se deve o heroísmo da realização solitária da grande obra que hoje se reconhece, ao ativismo de Almada deve-se a vibração espetacular do «futurismo» português e doutras oportunas intervenções públicas, em que era preciso dar a cara".
  3. Mas a intervenção pública de Almada e a sua obra não marcaram apenas o primeiro quartel do século XX. Ao contrário de companheiros próximos como Amadeo de Souza-Cardoso e Santa-Rita, ambos mortos em 1918, a sua ação prolongou-se ao longo de várias décadas, sobrepondo-se à da segunda e terceira geração de modernistas. A contundência das suas intervenções iniciais iria depois abrandar, cedendo o lugar a uma atitude mais lírica e construtiva que abriu caminho para a sua obra plástica e literária da maturidade. Eduardo Lourenço escreve: "Estranho arco de vida e arte o que une Almada «Futurista e tudo», Narciso do Egipto da provocante juventude, ao mago hermético certo de ter encontrado nos anos 40, «a chave» de si e do mundo no «número imanente do universo»".
  4. Almada é também um caso particular no modo como se posicionou em termos de carreira artística. Esteve em Paris, como quase todos os candidatos a artista então faziam, mas fê-lo desfasado dos companheiros de geração e por um período curto, sem verdadeiramente se entrosar com o meio artístico parisiense. E se Paris foi para ele pouco mais do que um ponto de passagem, a sua segunda permanência no estrangeiro revelou-se ainda mais atípica. Residiu em Madrid durante vários anos e o seu regresso ficou associado à decisão de se centrar definitiva e exclusivamente em Portugal.
  5. Ao longo da vida empenhou-se numa enorme diversidade de áreas e meios de expressão – desenho e pintura, ensaio, romance, poesia, dramaturgia… até o bailado –, que Fernando de Azevedo classifica de "fulgurante dispersão". Sem se fixar num domínio único e preciso, o que emerge é sobretudo a imagem do artista total, inclassificável, onde o todo supera a soma das partes. Também neste aspeto Almada se diferencia dos seus pares mais notáveis, Amadeo de Souza-Cardoso e Fernando Pessoa, cuja concentração num território único, exclusivo, foi condição necessária à realização das obras máximas que nos deixaram como legado.
  6. Personalidade incontornável, a inserção de Almada Negreiros na vida e na cultura nacionais é extremamente complexa; segundo José Augusto França, dele fica sobretudo a imagem de "português sem mestre" e, também, tragicamente, "sem discípulos.(Wikipédia)


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Proprietário da Livraria Lello admite cobrar entrada para “pagar desgaste” do espaço.


O proprietário da Livraria Lello admitiu neste sábado a possibilidade de vir a cobrar entrada aos milhares de visitantes para “pagar o desgaste” do espaço. Acrescentou que os turistas organizados em grupos contribuem já com dois euros, recebendo um marcador de livros.
O jornalista Filipe Santos Costa conta que tentou ir à Livraria Lello e que lhe quiseram cobrar um bilhete à entrada de dois euros, denunciando que a cobrança lhe parece “manifestamente ilegal”, já que “o estabelecimento não tem à entrada a reserva do direito de admissão e não exibe qualquer licença para cobrar bilhetes”.
Em declarações à agência Lusa à porta da Livraria Lello, Antero Braga garantiu que pessoas sozinhas não pagam para entrar, sendo o pagamento de dois euros apenas para grupos de turistas organizados, que “recebem um marcador como recordação da empresa, ao preço de custo deles”. O proprietário disse ser “muito provável” que um dia passe a estender o pagamento ao público em geral, porque “a cultura não pode ser sinónimo de pobreza”.
“Antes uma casa que cobra à entrada que uma casa fechada, o que não é o caso. É um estudo que tem que se pensar, porque alguém tem que pagar o desgaste desta casa”, explicou. (Jornal Público – 01.04.2013)

PS - Austeridade a quanto obrigas...