quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Morreu o pianista e compositor de jazz Paul Bley.


Natural do Canadá, é descrito como "um dos mais criativos improvisadores da história do jazz moderno".
O pianista canadiano Paul Bley morreu no domingo, aos 83 anos, revelou hoje a editora discográfica ECM Records, que o descreveu como "um dos mais criativos improvisadores da história do jazz moderno".
Paul Bley, que atuou várias vezes em Portugal, nasceu em 1932, em Montreal, onde formou o primeiro grupo de jazz, aos 13 anos, mas pouco depois mudou-se para os Estados Unidos, para prosseguir estudos e consolidar uma carreira que se estende por sete décadas.
"Bley envolveu-se naquilo que mais tarde ficou conhecido como 'free jazz', embora nessa altura tenha sentido que a estética desse jazz primordial podia e devia ser incluído numa nova e revolucionária corrente artística", sublinha a editora ECM num texto publicado na página oficial.
Paul Bley também mostrou desde cedo um "interesse pioneiro" sobbre as potencialidades dos sintetizadores e piano elétrico, como refere a editora, que lhe valeu um reconhecimento até pela Sociedade Americana de Física, pela adaptação de sintetizadores áudio para uma apresentação ao vivo, em 1969.
O músico, casado com a compositora Carla Bley, tem o nome associado a outros nomes fundamentais do jazz, como Ornette Coleman, Charlie Parker, Charles Mingus, Art Blakey e Chet Baker, e participou em mais de uma centena de álbuns.
O primeiro álbum a solo foi editado nos anos 1970, precisamente pela ECM. O último saiu em 2014, intitulado "Play Blue", gravado ao vivo em 2008, no Festival de Jazz de Oslo.
Entre as atuações De Paul Bley em Portugal, a solo ou com diferentes formações, conta-se a presença em trio, em 1997, e os concertos a solo, em Lisboa, em 2000, no Centro Cultural de Belém, e em 2009, na Culturgest.

Nesse ano, quando foi anunciado o concerto, o crítico e compositor Manuel Jorge Veloso escrevia na programação da Culturgest: "Com a possível excepção de um Miles Davis, ele foi dos poucos músicos de jazz que sempre estiveram na primeira fila das grandes mudanças qualitativas do jazz, permitindo-lhe a sua inteligência e sensibilidade estética integrar acontecimentos musicais de teor e significado muito diverso". (DN – 6.Jan.2016)

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